[Imagem: Âmar Souki]
Carolina Spyer nasceu e vive em Belo Horizonte. Formada em direito, atualmente é pesquisadora e assessora jurídica popular. Vrás, seu primeiro livro de poesias, será lançado hoje às 18h30 na livraria Usina das letras, publicado através do selo Leme. Ontem postamos aqui um texto sobre a criação do livro, hoje Carolina responde cinco perguntas sobre a escrita.
1. Como se iniciou a sua relação com a escrita?
Aos 7 anos, escrevi uma poesia que começava com os versos “quando leio uma poesia/acho que estou dentro dela”. Esse registro traz um pouco do início da minha relação com a escrita: ela surgiu na minha vida como uma via de elaboração das experiências que me tocavam e, ainda, como uma tentativa de explorar, por um fazer meu, o deslocamento para uma realidade sensitiva que a leitura me proporcionava.
2. Como, no momento, funciona o ofício da escrita para você?
Hoje a escrita acontece pra mim como uma espécie de costura. Um vai e vem de linhas que se cruzam em um fazer e refazer, até que se forme um todo inteiro o bastante para dar um sentido próprio àquele conjunto de movimentos.
3. Como as suas leituras se relacionam com a sua escrita?
A relação é de retroalimentação. Quanto mais escrevo, mais atenta fica a minha leitura. Quanto mais leio, mais possibilidades de escrita me ocorrem. Fico empolgada e inquieta quando encontro uma leitura que dispara a atividade da escrita.
4. O que é difícil na escrita? E o que é fácil?
A escrita transita entre o fácil e o difícil constantemente, não consigo enquadrar uma parte do processo em um desses polos de maneira estanque. Diria, por exemplo, que é difícil não cair na banalidade, na simples anotação. Mas, ao mesmo tempo, em dados momentos é essa mesma banalidade que viabiliza meu contato criativo com a linguagem.
5. Escrever é, para você, uma necessidade?
Escrever é uma necessidade que às vezes é lenta, precisa de tempo pra maturar e, às vezes, é despertada de um jeito que tem que acontecer na hora, vira quase que um desespero.