Cinco perguntas sobre a escrita: Karen Simões Corrêa

24 de maio de 2016


Estreando uma nova série aqui no blog: cinco perguntas sobre a escrita. Começamos com a poeta Karen Simões Corrêa que lança seu primeiro livro de poesias, Muda, hoje na La Tosqueria, às 19h. Para ler uma resenha do livro, clique aqui.

Karen Simões Corrêa nasceu em Sete Lagoas, porém, é natural de Cordisburgo, Minas Gerais onde morou até os 14 anos. Mudou-se para Belo Horizonte, onde reside até hoje. É formada em Turismo pela PUC-Minas, e pós-graduada em Turismo e Desenvolvimento Sustentávelpela UFMG, e em Gestão de Projetos Ambientais pela PUC-Minas. Começou a escrever letras de músicas aos 14 anos, passando à poesia e ao demais textos.

1. Como se iniciou a sua relação com a escrita?

Bom, pra falar a verdade eu era muito ruim de escrever, porque sempre fui ansiosa com essa coisa de passar uma ideia, mensagem, dai me atropelava. Então tive professoras que me estimulavam a ler, e aqueles universos foram criando casa em mim, mas só aos 14 anos que comecei a tocar violão que a escrita veio fora da obrigação da escola para o plano dos prazeres. Porém, a primeira coisa que fiz que cheguei a mostrar pra alguém foi uma música. Eu era de escrever músicas, muito como desabafo. Daí passei para os demais textos e ensaio minhas coisas assim.

2. Como, no momento, funciona o ofício da escrita para você?

Acabei criando o hábito de escrever. Qualquer coisa que me vem, como uma frase que penso poder ser matriz pra um texto, eu anoto. Antes só escrevia na base do comichão da inspiração. Ou o sufoco que dava ter muito o que dizer. Hoje eu acho que estou mais livre, e sempre tento me propor a tecer todo fio de ideia que me vem. Se gostou ou não, é coisa pra depois, mas sempre tento.

3. Como as suas leituras se relacionam com a sua escrita?

A princípio, minhas leituras são sempre gatilhos. Seja poesia, que é o que mais leio ultimamente, ou romances, a palavra escrita principalmente sempre me põe pra pensar, e viajar muitas vezes. Daí nascem muitas coisas que acabam dando em textos meus. Gosto de dialogar com o que eu leio. Gosto mais ainda da sensação se ser pega por um texto que me ativa o sentimento de querer falar sobre o que senti.

4. O que é difícil na escrita? E o que é fácil?

Começar é difícil, e parar, saber estancar o verbo. Acho as coisas mais difíceis. Acho que não tem nada fácil na escrita. Talvez, no meu caso, seja aquele momento de me apaixonar pelo texto. Lidar com essa paixão é a coisa mais fácil. Relaxa, me coloca em paz comigo, e daí sigo para a próxima etapa.

5. Escrever é, para você, uma necessidade?

Escrever é uma necessidade. Mesmo antes de saber dessa capacidade de me entender em mim na escrita, eu já sabia, no fundo que era necessário. Hoje virou, dentre outras coisas, uma ponte comigo. Em vez de me olhar dentro, eu me jogo pra fora e me leio.